Texto: Mateus 6:25,30-33,34
A
ansiedade está no topo da lista dos grandes males que afligem a sociedade dos
nossos dias. Inúmeras são as pessoas afligidas por ela por se preocuparem
demasiadamente com a segurança e o futuro. Mesmo entre os crentes em Jesus, há
os que se deixam dominar pela ânsia, agitação e medo, anulando a fé em suas
vidas. O Senhor Jesus, em seus ensinos, revelou-nos o caminho para vencermos a
ansiedade, demonstrando que o Deus que cuida das aves e dos lírios do campo, é
o mesmo que cuida de nós com seu imenso amor. Sendo assim Jesus nos admoesta
tão somente a confiarmos nEle e a buscarmos seu reino e justiça em primeiro
lugar.
I- AS CAUSAS DA ANSIEDADE
A psicologia define a ansiedade como um
estado emocional doloroso, marcado por inquietude, medo e acompanhado por certo
grau de perturbação do sistema nervoso central. Muitos associam ao mundo
estressado no qual todos vivemos; tratando, assim, não da própria ansiedade,
mas dos agentes contemporâneos de sua emulação. De fato, há muitas causas
secundárias quando se pensa em ansiedade. 1)
Perversão do olhar prospectivo. Somos capazes de olhar para o futuro
mediante a imaginação, a lógica e a acumulação das experiências vivenciadas. O
ser humano sente a necessidade de pensar no dia de amanhã no qual miticamente
ele estoca tanto o bem quanto o mal dependendo do seu estado de espirito. A
ansiedade nada mais é que uma perversão de uma virtude: a bênção do olhar
prospectivo. Ela é o fruto da expectativa de que no amanhã estaremos em
perigo. A ansiedade gera em nós como consequência do pecado a incapacidade de
crer no cuidado de Deus. É por está causa que ela nos conduz a uma: Fé vacilante. Mateus 6:31,32 Não andeis, pois, inquietos(μεριμνάω, merimnaō), dizendo: Que
comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas
coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais
de todas estas coisas. Uma fé fraca e inconstante pode resultar em uma
série de "medos e inquietações". O imaginário medo do
insucesso, de enfermidades, de rejeição, de perder o emprego, de falência, do
futuro, e até da morte (Sl 39.6; Ec 4.6; Lc 10.41; 12.29; 21.34). 2) Visa sempre a esperança da queda. A ansiedade é a
maligna manifestação da “esperança na Queda”. Nela toda expectativa é sempre
contra nós. É na forma existencial e psicológica que a ansiedade transforma a
esperança em desesperança. É isto que conduz a humanidade a ter um; a) cuidado excessivo com a vida. Forçando-nos a competir o tempo todo, disputando promoções, nem
sempre de forma leal. O esforço para se manter em constante ascensão social e
profissional. A inquietação ansiosa de Saul, em razão do sucesso de Davi, trouxe ao
rei intensas perturbações e sérios problemas de ordem física, mental e
espiritual (1 Sm 18:7,16). b) Cuidados com o acúmulo de bens materiais. Muitos compram uma casa pequena hoje, desejam outra maior
amanhã e assim consecutivamente (Pv 15.16; 30.15). Segundo a Bíblia, "não há fim" para o trabalho dos homens e "nem
os seus olhos se fartam de riquezas" (Ec 4.8). Contudo, Jesus nos chama a
vivermos uma vida piedosa e cheia de contentamento (Lc.3:14; Fp.4:11; 1 Tm.6:6,8).
Finalmente 3) Desconfiança exacerbada de
Deus. Quando Jesus enfatizou a ansiedade como
problema, o que Ele diagnosticou como causa foi a falta de confiança real no
Deus real, no Deus que cuida, que é Pai, que está atento, que se dedica a ervas
e pássaros, e, portanto, tem muito mais razão para cuidar da existência humana.
Onde há ansiedade, aí ainda não há a
prevalência da confiança.
II-AS CONSEQÜÊNCIAS DA ANSIEDADE
1) A ansiedade conduz ao estresse. Estresse é o resultado de um conjunto de reações orgânicas e
psíquicas do organismo humano quando exposto a estímulos como provocação,
irritação, medo etc. Esta doença afeta milhares de pessoas em todo o mundo,
inclusive os crentes e seus líderes. Moisés, Elias e Paulo, experimentaram certo
nível de estresse em seus ministérios (Êx 18.18; 1 Rs 19.3,4; 2 Co 1.8),
mas, pela graça de Deus, em tudo foram vencedores (Rm 8.37). a) Causadores de estresse.
Entre as causas mais comuns destacam-se: excesso de trabalho, mudanças
drásticas na vida (divórcio, perda de emprego, morte de um ente querido),
tensões prolongadas decorrentes de problemas familiares, hábito constante de
estar se culpando e achando-se indigno perante o Senhor (Sl 73; Pv 24.19-21; Ec 2.22,23). b) Sintomas do estresse. Os sintomas
mais freqüentes são: estafa, fraqueza, dificuldade para raciocinar e memorizar,
desânimo, enfermidades, perda da libido, depressão, alteração do apetite,
desânimo, inclusive para orar e ler a Palavra de Deus. Contra esses males leia:
Sl 37.5; 90.17;
91; Mt 11.29,30; Fp 4.6,7,11-13. Além das debilidades físicas, a
ansiedade e o estresse alimentam pensamentos negativos, drenam a energia da
pessoa, reduzindo sua produtividade e capacidade de tomar decisões sensatas. O
crente, entretanto, é admoestado a pensar no que é verdadeiro, a crer e a viver
a paz de Deus (Jo.14:1,27;
Fp.4:7,8).
III-COMO EVITAR A ANSIEDADE
A
ansiedade não terá lugar em nossas vidas quando dermos prioridade a Deus,
especialmente nas seguintes situações: 1)
Diante das finanças. A Bíblia afirma que Deus deve estar em primeiro lugar
também em nossas finanças (Mt.6:19,34). Portanto, devemos evitar a avareza e
a busca desesperada pelos recursos deste mundo (1Tm.6:6,11). As riquezas que
acumulamos nesta vida são perecíveis e passageiras, mas as que ajuntamos no céu
são perenes. Por isso Jesus nos alertou: Não ajunteis
tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões
minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí
estará também o vosso coração. Mateus
6:19,21. Os bens materiais e a prosperidade são dádivas divinas. Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham
a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá
todas as coisas para delas gozarmos; 1Timóteo
6:17 (Ler também Ec 5.19 cf. 3.13)
O que a Palavra de Deus condena é o materialismo avaro que cativa suas vítimas
a este mundo, fazendo-as desprezar o Reino de Deus (Mt.13:21,22; 2Tm.4:10).
2) Diante das necessidades cotidianas.
Segundo Mateus
6:25,32, não precisamos nos preocupar sobre o que iremos comer,
beber ou vestir. Tal inquietação é infrutífera (v.27), inadequada para o crente e
sinônimo de incredulidade (vv.31,32). O Senhor se apraz em suprir todas as
nossas necessidades (2 Co.8:9; Ef. 1:3; Fp.4:19). 3) Diante do trabalho para o Senhor. Deus deve estar acima do
trabalho que realizamos para Ele mesmo. A Palavra afirma: "Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça" (v.33), isto é, as realidades
celestiais deverão vir à frente das terrenas. Aqui temos uma verdadeira escala
de valores: o corpo vale mais que seu vestuário, a vida
vale mais do que a comida que a sustenta (vs.25,32), e acima das coisas
terrenas, está o Senhor, Todo-Poderoso. Entregue a Cristo a direção e o controle
total de sua vida, e desfrutarás do seu onipotente e eterno cuidado (Rm.8:32; 2Co.9:8,11).
IV- COMO VENCER A ANSIEDADE
O que
fazer quando estamos ansiosos? Em suma, devemos pedir a Deus que nos dê sua paz
(Jo.16:33; Fp.4.6,7;
1 Pe.5.7) e nos conceda sabedoria para fazermos o que é certo ao
resolvermos os problemas que nos afligem (Tg.1:5,6). Sendo assim: 1) Seja fiel a Deus e não cobiçoso. As riquezas deste mundo, sem a
bênção e a sabedoria divina, contaminam nossa vida com a cobiça (Mt.6:22,23; Lc.11:34,36;
1Tm 6:6,11; Hb. 13:5), inquietações e incertezas (Ec. 5:12; Lc.18:25;
1Tm.6:17). Todavia, a fidelidade a Deus enriquece o justo em todos
os seus caminhos (Pv.10:6; 28:20). Creia que Deus é suficientemente
poderoso para fazê-lo prosperar em todas as coisas (Ef.3:20,21; 2Co. 9:8,11). 2) Confie na provisão divina (Mt.6:30,34).
Deus não apenas conhece nossas necessidades primárias (Mt.6:11,25), mas nos socorre nas
angústias e tribulações (Sl 107:28,30; 2Co.1:3,4). Ele é poderoso "para fazer infinitamente mais do que tudo quanto
pedimos ou pensamos" (Ef. 3:20). Creia que o Senhor "é galardoador dos que o buscam" (Hb.11:6),
e "não é injusto para se esquecer da vossa obra e
do trabalho de caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto
servistes aos santos e ainda servis" (Hb.6:10). O Senhor jamais se esquece
dos seus filhos (Is.49:15; Hb.13:5). Seus olhos e ouvidos não estão cerrados à
nossa oração (Is.59:1;
65:24).
CONCLUSÃO
1) Nosso
maior anseio deve ser a presença de Deus e a busca de seu Reino (Sl.42:1;
130:6). 2) Não se preocupe com as demais coisas! Descanse no Senhor!
Coloque um fim a toda ansiedade que procura tirar sua paz e prejudicar sua
comunhão com Deus (Sl.37:7). Saia imediatamente do labirinto da
escuridão e do medo! Liberte-se das correntes que o prendem a esse mal! 3) Permaneça
em Cristo pela fé (Sl.55:22; 1 Pe 5:7) e aceite o amoroso convite de
Jesus (Mt.11:28,30).
Comentários
Postar um comentário